Fábrica de São José dos Pinhais comanda entrega de equipamentos para a vacina “Butanvac”

Fábrica de São José dos Pinhais comanda entrega de equipamentos para a vacina “Butanvac”

Fábrica de São José dos Pinhais comanda entrega de equipamentos para a vacina “Butanvac”

Aluno do Sistema Fiep domina a tecnologia alemã e conceito Erro Zero que garantem a segurança máxima do imunizante nacional

Com os trabalhos acelerados para a entrega em setembro do novo Centro de Produção Multipropósito de Vacinas (CPMV) do Instituto Butantan, em São Paulo, os brasileiros aguardam ansiosos o início da produção e disponibilização da vacina nacional, conhecida como “Butanvac”.

Uma das empresas que participam do projeto é a GEMÜ do Brasil, há 41 anos no país e cuja unidade fabril fica em São José dos Pinhais (PR). Com prioridade total, a matriz da GEMÜ, na Alemanha, desenvolveu, em apenas quatro semanas, todas as válvulas da linha de geração e produção de água pura (PW) e água de injetável (WFI) do CPMV e enviou para a sua unidade brasileira, em São José dos Pinhais, realizar a soldagem, o polimento mecânico e o eletropolimento, eliminando a possibilidade de contaminação por acúmulo de líquido no interior das válvulas por onde passarão os insumos da vacina contra a covid-19.

“Trouxemos o que há de mais avançado na Alemanha. Nosso desafio é garantir que as válvulas e outros equipamentos de medição e controle usados nesse complexo tornem a planta uma referência tecnológica no Brasil e no mundo”, conta o gerente da área farmacêutica, alimentícia e de biotecnologia da GEMÜ, Hans Paul Mösl.

Entre os blocos especialmente projetados, 28 possuem construção de 6 vias, o que representa a tecnologia mais específica no mundo para a fabricação de fluidos farmacêuticos. “Com um projeto compacto e construção robusta em aço nobre inoxidável, estamos usando a tecnologia mais avançada que existe, garantindo que o produto seja fabricado com o menor risco de contaminação possível”, explica Mösl.

Para garantir esse resultado, a indústria trabalha com o chamado Erro Zero, eliminando a possibilidade de contaminação por acúmulo de líquido no interior das válvulas, o que poderia comprometer a qualidade da vacina. E a responsabilidade por esse trabalho está nas mãos do Maikon Branco, soldador-montador e líder do setor de bioválvulas da GEMÜ do Brasil.

“Nesse caso do Butantan, em específico, os blocos vieram industrializados da Alemanha, já fabricados com todas as saídas por onde passarão os insumos da vacina. Eu realizo a finalização do projeto aqui no Brasil, com a solda de elementos como tri-clamp, extensão dos tubos de entrada e/ou saídas destes blocos especiais, bem como o polimento interno. Para isso, eu trabalho com o chamado Erro Zero. Nenhuma porosidade pode existir, para que nenhuma substância e/ou bactéria possa se propagar e venha a comprometer a produção da vacina. Existe um peso muito grande, porque é um trabalho muito minucioso. Um trabalho que não pode apresentar nenhuma falha. A margem de erro é zero. Sinto o peso dessa responsabilidade, ainda mais sabendo que todos os meus compatriotas poderão ser vacinados ao longo de toda a vida com a vacina que passará por essas válvulas que estou trabalhando”, relata Maikon, que também é aluno das Faculdades da Indústria do Sistema Fiep, no curso de Engenharia de Produção.

Um trabalho simples, minucioso e, ao mesmo tempo, muito complexo. Para aprender a lidar com o Erro Zero, em 2018 Maikon foi enviado para a matriz da GEMÜ na Alemanha, tendo como responsabilidade manter a mesma qualidade na unidade fabril brasileira, empregando o conhecimento em outras entregas realizadas pela indústria. O que ele não imaginava é que, dois anos depois, o mundo entraria em uma situação de pandemia e ele teria a responsabilidade de aplicar o Erro Zero nas válvulas dedicadas exclusivamente para a passagem da vacina brasileira contra a covid-19. “Quando eu fui para a Alemanha aprender sobre isso eu sabia que meu trabalho seria importante, porque eu tinha que trazer a qualidade alemã para cá para trabalhar com válvulas e materiais relacionados à saúde, mas jamais passou pela minha cabeça que eu estaria aprendendo algo que seria utilizado para ajudar a combater uma pandemia”, finaliza.

“Para nós, é primordial que existam profissionais do nível do Maikon e da equipe da nossa filial brasileira, que possam finalizar o processo no Brasil, com a solda e com o polimento mecânico, que é um trabalho manual. Nesse caso, especificamente, quando falamos em indústria farmacêutica, trabalhamos com qualidade de acabamento capaz de garantir que qualquer tipo de bactéria que possa vir a passar por dentro da válvula não tenha onde se alojar, garantindo um acabamento perfeito, sem risco de contaminação. Esse é o objetivo por trás desse trabalho tão importante que a nossa filial no Brasil está realizando”, explica Mösl.

Todos os componentes para o novo Centro de Produção Multipropósito de Vacinas (CPMV) do Instituto Butantan serão montados na indústria da GEMÜ em São José dos Pinhais e enviados para entrega no Instituto dia 15 de agosto. Em seguida, o Butantan seguirá com a finalização do Centro de Produção para iniciar os primeiros testes da linha ainda no mês de novembro e, em fevereiro de 2022, começar a entrega das primeiras doses da Butanvac para a população brasileira.

Saiba mais sobre a Butanvac
No CPMV serão produzidas sete diferentes vacinas, incluindo a Butanvac. O projeto tem coordenação da organização social Comunitas e da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP), que conseguiu angariar R$ 187,8 milhões com 41 grandes empresas. A fábrica de imunizantes tem 7 mil metros quadrados – quase quatro vezes mais que a atual unidade do Instituto Butantan e a previsão é que a produção comece em fevereiro de 2022, com capacidade total para 100 milhões de doses por ano.

Sobre a GEMÜ - A filial da multinacional alemã criada por Fritz Müller na década de 1960 disponibiliza ao mercado brasileiro válvulas de extrema eficiência e qualidade. A planta situada em São José dos Pinhais (PR), que conta com 100 colaboradores e completa 40 anos em 2021, produz válvulas e acessórios para o tratamento de água e efluentes em indústrias de todas as áreas, como siderurgia, fertilizantes e setor automobilístico, bem como para integrar sistemas de geração de energia. Na área de PFB (farmacêutica, alimentícia e biotecnologia), a GEMÜ é líder mundial e vende para toda a América Latina produtos de alta precisão, com atendimento local, além de consultoria com profissionais capazes de orientar na escolha da melhor solução em válvulas para cada aplicação. Mais informações: gemu-group.com/pt_BR/